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Traquínias

As Traquínias de Sófocles
Encenação: Delfim Ferreira Leão


Com esta produção, o Thiasos ensaia, pela segunda vez, os caminhos da tragédia grega. Como linha orientadora da encenação, foi adoptada a imagem do fogo, enquanto metáfora da paixão que avassala as personagens centrais (Dejanira e Heracles) e também como símbolo da própria destruição que se abatera sobre o herói dos doze trabalhos (primeiro no manto oferecido por Dejanira e, finalmente, na pira final).
A ambivalência deste poderoso signo marca a própria caracterização do coro, cujo vestuário procura sugerir as cores instáveis do fogo. De resto, ao coro cabe a função de narrar e sublinhar (com menos texto e mais recurso a música e a coreografia) parte do drama que será vivido pelo par Dejanira / Héracles. Desta forma, é o coro quem verdadeiramente inicia a peça, através de urna dança que procura sugerir a ideia de uma relação amorosa que se vai construindo através do cruzamento de passos e de gestos, ate que se instala a sombra da separação. Só quando o coro se anula (como se todos os seus elementos fossem estátuas de um jardim) é que entra Dejanira, expondo à ama as apreensões que traz na alma.
Toda a movimentação do coro visa obedecer ao objectivo de fornecer um subtexto capaz de criar no espectador vários níveis de leitura. Por esse motivo, as posições assurnidas procuram evocar motivos da escultura grega (as Cariátides, a Vitória de Samotrácia, o friso de urn templo), numa metamorfose constante que serve ora de comentário ora de reforço à linha de acção. O mesmo objectivo se pretende com os apontamentos de cenário (oito blocos quadrangulares), que funcionam como bases de estátuas, bancos de juizes ou ainda como a lenha da pira que há-de evocar a imolação de Héracles, na cena final, em que os mantos e as próprias jovens de Tráquis se transformam no fogo que devora o herói grego, ate se debulharem no chão, como cinza ainda quente.
A aposta forte na música e em evoluções coreográficas, que aparece agora, e pela primeira vez, como uma das opções de fundo numa encenação do Thiasos, procura ir ao encontro de uma concepção do teatro grego enquanto forma de arte que vive muito da palavra, mas tambem da música, do canto e da dança.

Delfim Ferreira Leão, in M. Fátima Silva (coord.), Representações de Teatro Clássico no Portugal Contemporâneo III (Coimbra, FLUC, 2004) 52-53.


Tradução: Maria do Céu G. Z. Fialho
Direcção de actores: Victor Torres
Coreografia: Carla Braz
Guarda-Roupa: Luísa de Nazaré Ferreira, Maria Valente, Inês Santos
Sonoplastia e iluminação: Carlos Santos, Isidro Alves, Carlos de Jesus.

Elenco
Elisa Bogalheiro, Patricia Santos (Dejanira)
Maria Amélia Álvaro de Campos, Sofia Costa, Natalia Alves (Ama)
Nuno Gertrudes (Hilo)
José Luís Brandão (Mensageiro)
Bruno Fernandes (Licas)
Delfim F. Leão, Luís Marques Cruz (Héracles)
Manuel Santos, Joaquim da Silva (Figurantes)
Coro: Carla Braz, Carla Simões, Carla Marques, Liliana Dias, Liliana Figueiredo, Lia Nunes, Natália Alves, Patrícia Ferreira, Silvia Costa, Sónia Santos, Susana Bastos, Verónica Fachada.

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