| História de COIEmbora fundada bem cedo, em 1290, a Universidade de Coimbra iniciou os estudos de História Natural apenas cerca de 500 anos mais tarde. Em 1772, o Primeiro Ministro, Marquês de Pombal, estabeleceu várias reformas com o objectivo de desenvolver a cultura e a ciência em Portugal. Na Universidade fundou o Gabinete de História Natural ao qual associou o Jardim Botânico. Em 1791, Félix de Avelar Brotero, o botânico mais eminente da altura, sucedeu a Vandelli e tornou-se o Segundo director do Jardim. Não existia nessa altura um verdadeiro herbário em Coimbra. | |
| Júlio HenriquesJúlio Augusto Henriques (nasceu 15 Jan 1838, Arco de Baúlhe, Braga) graduou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Seguiu-se uma segunda licenciatura na Faculdad de Philosophia onde realizou o seu doutoramento em 1865 com a tese “As espécies são mudáveis?”. Tornou-se professor universitário em 1869 e ao fim de três anos estava a ensinar botânica pela primeira vez. Nessa altura a Botânica era uma área do conhecimento pouco desenvolvida no país, mas J. Henriques desenvolveu uma grande paixão por este tema e, fazendo uso das reformas educativas que então decorriam, transformou essa situação em Coimbra. | |
| Heinrich Moritz WillkommHeinrich Moritz Willkomm (nasceu 29 Junho 1821, Mittel Herwigsdorf by Zittau, Boémia– faleceu 26 Augosto 1895, Schloss Wartenberg, Niemes, Alemanha). Os primeiros tempos de M. Willkomm na Universidade de Leipzig foram bastante turbulentos. Os anos 1840s viram revoltas estudantis e Willkomm envolveu-se nas lutas por uma associação de estudantes e viu-se forçado a fugir do país. Por essa altura Willkomm era assistente de Gustav Kunze o qual, sabendo das descobertas botânicas de Boissier e Reuter na Península Ibérica, sugeriu ao jovem que passasse aí o seu exílio. | |
| Adolpho Frederico MöllerAdolpho Frederico Möller (nasceu 1842 Lisboa – faleceu, 1920 Lisboa). Filho de pais alemães que viviam em Portugal, A. Möller partiu para a Alemanha em 1857 para estudar silvicultura. Regressou ao fim de três anos e foi rapidamente nomeado pelo governo de Portugal para executar vários trabalhos, tendo-se tornado notado pelo seu excelente desempenho. | |
| Luíz CarrissoLuíz Wittnich Carrisso (nasceu 14 Fevereiro 1886, Figueira da Foz – faleceu 14 Junho 1937, deserto do Namibe). A vida de Carrisso como botânico terá tido óptimos auspícios nas mãos competentes de Ruy Telles Palhinha (1871-1957) nas aulas de Ciências Naturais de liceu, em Lisboa. Ficaram amigos para sempre. Na Faculdade de Filosofia Natural da Universidade de Coimbra foi aluno de Júlio Henriques, o director de toda a botânica e fundador do Herbário. Carrisso licenciou-se aos 22 anos e três anos mais tarde doutorou-se na Faculdade de Filosofia Natural com a tese “Materiais para o estudo do plâncton na costa portuguesa, examinado por J. Henriques. | |
| John GossweilerJohn Gossweiler (nasceu 1873, Regensdorf – faleceu 1952, Lisboa) foi um botânico suíço formado principalmente na Grã-Bretanha que, com a idade de 26 anos, partiu para Angola ao serviço do governo português. Esta primeira comissão foi através da recomendação de Júlio Henriques, o fundador do Herbário de Coimbra. Nos 50 anos seguintes (até à sua morte) o cerne das suas diferentes actividades em Angola (ver carta a Henriques em 17.02.1905) foi avaliar o potencial da então colónia para a agricultura. | |
| Abílio FernandesAbílio Fernandes (nasceu 19 Outubro 1906, Maçaínhas, Guarda – faleceu 16 Outubro 1994, Coimbra) gozou de uma vida longa dedicada ao estudo das plantas, ensinando e dirigindo a área da botânica na Universidade de Coimbra. Logo após a sua licenciatura em 1927, iniciou a carreira de ensino no Instituto Botânico Júlio Henriques. Durante 10 anos, ganhou a experiência necessária para o grande desafio que foi a morte súbita e prematura do então director L. Carrisso. Fernandes era o sucessor natural mas foi necessário esperar que completasse o seu doutoramento, embora assumindo, mesmo assim, várias responsabilidades. Em 1942 A. Fernandes tornou-se o 16º director da botânica em Coimbra, cargo que assumiu durante 32 anos. | |
| Rosette Batarda FernandesRosette Mercedes Saraiva Batarda nasceu na vila do Redondo (Alto Alentejo). Em 1928 matriculou-se no Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho em Lisboa e, em 1941, licenciou-se em Ciências Biológicas pela Universidade de Lisboa, com 18 valores. Esse ano foi determinante na sua vida, pois, em Junho, durante um Congresso de Ciências Naturais realizado em Lisboa, conheceu aquele que viria a ser o companheiro de toda a sua vida, o botânico Prof. Dr. Abílio Fernandes. Passou então a residir em Coimbra, onde seu marido foi, desde Agosto desse ano, Director do Museu, Laboratório e Jardim Botânico da Universidade de Coimbra. Em 14.11.1947 foi nomeada Naturalista dessa instituição, onde trabalhou toda a vida, tendo-se aposentado como Investigadora Principal. |