 O Erro Bom Nunca se falou tanto em inovar,
arriscar, empreender. Mesmo verbos mais timoratos como reestruturar
ou reformar são conjugados sem descanso por políticos,
empresários, gestores, autarcas, comentadores encartados, cientistas,
fazedores de opinião... Sempre com conotação positiva, sempre exigindo
mais; mais inovação, mais reformas, mais empreendedorismo. Até mesmo o
ingrato verbo arriscar surge na exaltação eufónica da inovação como um
acto de arrojo, um rasgo de quem arrisca e... petisca.
Mas nunca
se arriscou tão pouco... A mesma sociedade que glorifica o acto de
inovar tolera mal os riscos da inovação. Fazer o que nunca ninguém fez,
criar novos processos, melhorar técnicas existentes, procurar formas de
valorizar o conhecimento criado, empreender, nunca é isento de erros. O
erro é um elemento indissociável do processo criativo. Inovar é sempre
um processo de observação e de correcção de erros. “A verdade é um erro à
espera de vez”.
Paradoxalmente, vivemos numa sociedade que
tolera amiúde o erro quando este representa incumprimento de tarefas
rotineiras, atrasos, incúria, desleixo, negligência, incompetência, má
qualidade e até mesmo dolo. Mas somos severos com os erros de quem tenta
inovar. As falhas de um novo sistema, os erros de um novo processo são
criticados encarniçadamente e raramente são vistos como passos no
caminho do progresso. Mata-se a inovação à nascença. Por vezes com
deleite, sentados na confortável poltrona de quem não arrisca fazer nada
de novo.
Dar licença para errar é condição essencial para a
inovação e para o progresso. O erro bom, o erro que encerra toda uma
lição, o erro que induz progresso, não pode ser confundido com o erro
negligente. Uma Universidade tem de ser um espaço acolhedor para este
erro bom. Os investigadores conhecem bem este erro e sabem do seu papel
essencial na criação de conhecimento. Mas é importante que a licença
para errar, para o exercício deste erro bom que sustenta a inovação,
alastre a toda a Universidade e impregne toda a nossa oferta formativa.
Só assim poderemos formar profissionais competentes e, simultaneamente,
pessoas inovadoras e empreendedoras.
Henrique Madeira Vice-Reitor
Com
este número da Newsletter da Universidade de Coimbra (UC)
inicia-se uma nova fase desta publicação. A Newsletter da UC foi
profundamente reformulada, contém novas secções, mistura a escrita e a
imagem com apontamentos em áudio e em vídeo, procurando ir ao encontro
da diversidade de interesses que compõem o Universo UC. Todas as
sugestões para melhorar a Newsletter da UC são muito bem-vindas.
|  | Ficha Técnica Newsletter da Universidade de CoimbraFevereiro 2011 Coordenação: Inês Coelho
Edição e Redacção: Dina Sebastião e
Sandrina Fernandes
Edição de Imagem: António Barros
Infografia: Sérgio Brito e Sérgio Temido
Edição DIIC . UC – Divisão de Identidade,
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