Investigação

Na maior algoteca do mundo à pesca de um remédio para as infeções hospitalares

Algoteca de Coimbra participa em estudo internacional inovador que procura extrair de algas novas drogas que impeçam infeções em próteses médicas. Uso das espécies e estirpes guardadas na maior algoteca mundial de água doce pode chegar a outros campos, da saúde à alimentação.

02 agosto, 2017≈ 3 mins de leitura

"Um dia as microalgas vão mandar as infeções pelo cano abaixo." O slogan do projeto, em jeito de rima, funciona melhor em língua inglesa - microalgae one day will wash infection away. Mas a ambição de utilizar substâncias extraídas de microalgas para travar infeções associadas à colocação de implantes médicos é bem portuguesa e cresce em Coimbra, na maior algoteca mundial de água doce.

A algoteca do departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra é um dos 15 parceiros do projeto internacional NoMorFilm - Novel Marine Derived Biomolecules and Industrial Biomaterial, que aposta numa abordagem pioneira para derrotar as infeções em próteses médicas (que podem obrigar a novas hospitalizações ou mesmo à rejeição dos implantes). "Este projeto tem uma parte muito inovadora, que é procurar combater as infeções que se dão nos implantes, utilizando drogas extraídas de microalgas que possam atuar contra os organismos que causam essas infeções. É a primeira vez que se utilizam microalgas como fonte de possíveis novas moléculas, que possam ter atividade contra esses organismos, que geralmente são fungos ou bactérias resistentes e formam uma espécie de biofilme, uma membrana, à volta da zona do implante", descreve, ao DN, Lília Santos, professora, investigadora e coordenadora da Algoteca de Coimbra (ACOI).

O projeto, orçamentado em oito milhões de euros e que também conta com a participação do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto, está a meio do prazo de execução - começou em abril de 2015 e vai até abril de 2019. E o balanço parcial é "muito positivo". "A ideia inicial era estudar o máximo de algas possível, porque não tínhamos a certeza se iríamos encontrar ou não moléculas novas... Felizmente, temos atividade num grande número. Temos oito das nossas algas selecionadas como muito boas para a produção de compostos", descreve Lília Santos.

Notícia completa:

https://www.dn.pt/sociedade/na-maior-algoteca-do-mundo-a-pesca-de-um-remedio-para-as-infecoes-hospitalares-8678516.html

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