Investigadores da UC isolam pela primeira vez em Portugal estirpes da bactéria Xylella fastidiosa
Uma investigação de investigadores do DCV isolou, pela primeira vez em Portugal, várias estirpes da bactéria Xylella fastidiosa, associada à doença de Pierce — uma praga de quarentena prioritária para a Comissão Europeia e com impactos económicos superiores a 5,5 mil milhões de euros por ano na União Europeia.
O trabalho foi desenvolvido no FITOLAB – Laboratório de Fitopatologia do Instituto Pedro Nunes (IPN), com coordenação de Joana Costa, investigadora do DCV e do Centro de Ecologia Funcional (CFE).
A equipa identificou, na região da Cova da Beira, a subespécie fastidiosa ST1 da bactéria, associada a doenças graves na vinha, sobretudo na Califórnia, EUA. Este é um avanço científico crucial para compreender o risco real da presença da bactéria em Portugal e planear estratégias eficazes de contenção.
“A estirpe ST1 pode representar uma ameaça séria para culturas como a vinha e o amendoal. Os nossos resultados sugerem uma única introdução da bactéria em território nacional, com origem genética na Califórnia”, sublinha Joana Costa.
O estudo destaca ainda o papel da vegetação espontânea como possível reservatório da bactéria, com implicações para a vigilância em zonas fruteiras do país. A investigação prossegue com novas campanhas de amostragem e colaboração internacional.
Este trabalho, publicado na revista Phytopathology, integra o doutoramento de Eva Garcia (Programa Doutoral em Biociências da UC) e conta com parceiros no Brasil e nos EUA.