Variações sobre António: Um Colóquio em torno de António Variações
Publication date: 05-12-2017 19:32
Nos próximos dias 7 e 8 de dezembro de 2017 realiza-se na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra o Colóquio “Variações sobre António: Um Colóquio em torno de António Variações”. Esta iniciativa, que integra um colóquio, um ciclo de performances e um concerto, é uma organização do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura e da área de Estudos Artísticos da FLUC, contando com o apoio das seguintes entidades: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Centro de Literatura Portuguesa, Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Colégio das Artes, Teatro Académico de Gil Vicente, Teatro da Cerca de São Bernardo, Casa das Artes Bissaya Barreto e Rádio Universidade de Coimbra.
A obra e a figura de António Variações serão abordadas de forma interdisciplinar, cruzando perspetivas de estudos artísticos e literários com perspetivas históricas e sociológicas. As iniciativas programadas combinam reflexão e celebração, usando as “variações” sobre António Varições como hipóteses de re-conhecimento da cultura portuguesa da década de 80. Programação: Colóquio Variações sobre António (FLUC); ciclo Variações performáticas sobre António (Casa das Caldeiras e Casa das Artes Bissaya Barreto); concerto: Sempre além: Um espetáculo em torno de António Variações (TAGV).
Sinopse
A música, as letras das canções, a imagem, os vídeo-clips, tudo isso tem contribuído para que a presença de António Variações na cultura portuguesa não se tenha desvanecido, continuando, pelo contrário, a alimentar a imaginação do público. Tão importante como tudo isso, porém, é o paradigma que Variações representa na cena portuguesa dos anos 80, bem sintetizado pela frase, que terá dito ao produtor do seu primeiro disco, para enunciar o lugar estético em que via a sua música: «Uma coisa entre Braga e Nova Iorque». A frase não sugere um ponto de equilíbrio que seria, aliás, impossível de garantir; pelo contrário, parece enunciar uma pulsão de desequilíbrio ou de fabricação, não garantida por uma estabilidade identitária prévia – seja ela a da «cultura tradicional» ou a do «cosmopolitismo» –, para qualquer projeto de criação de uma versão moderna do popular, neste caso em Portugal.
Falar de António Variações é, pois, falar sempre de muito mais do que apenas das suas canções, já que não custa ler na sua obra e na forma como performatiza a sua identidade (pessoal e coletiva) algo que nos ajuda a ler Portugal na segunda metade do século XX, da música e da poesia à cultura, à sociedade e ao estado do «corpo político».
O colóquio «Variações sobre António» propõe-se, pois, estudar quer a obra do compositor e cantor, quer aquilo que nela é sintoma de fenómenos mais vastos – um deles, e dos mais importantes, a forma como a cultura portuguesa posterior à Revolução de 1974 tenta sintonizar-se / dessintonizar-se com o mundo exterior e, em particular, com a cultura e civilização saída dos anos 60, sobretudo aquela latamente designável como pop.