Teócrito e Virgílio Encenação: Carlos Jesus, Carla Braz
Esta nova peça a levar à cena pelo Thíasos vem dar continuidade a uma série de projectos de dramatização de autores não dramáticos, com vista à sua mais fácil apreensão pelo público jovem, que é, claramente, o seu alvo. O Idílio XV de Teócrito, conhecido como As Siracusanas e a Bucólica V de Virgílio são desta vez os textos abordados, procurando apresentar duas visões do mimo antigo: a urbana – no caso do autor grego – e a rural – no caso de Virgílio. Para além da coincidência de temas que estes poetas nos apresentam, pretende-se dar uma unidade cénica e imagética, na medida em que ambos os textos têm como pano de fundo hinos de glorificação de duas divindades do Amor e da Beleza: Adónis e Dáfnis. Num primeiro quadro, Praxínoa recebe em casa Gorgo e, por entre a multidão, tentam chegar ao palácio onde decorrem as Adónias. Ouvem o canto belo e harmonioso de uma mulher argiva. O cenário transforma-se na arcádia mantuana, onde Menalcas e Mopso executam um agon lírico em celebração de Dáfnis. Duas musas, personificando o soar da poesia e do tempo na Natureza, criam o quadro cénico da amena quietude. Entre a cidade e o campo, entre o mimo urbano e a arcádia, Teócrito e Virgílio apresentam-se-nos como potenciais autores de palco, quando bem assimilado o forte visualismo e realismo do que escreveram.
Carlos Jesus
Traduções: M H. Rocha Pereira, M. M. B. du Bocage Direcção de actores: Lia Nunes Coreografia: Maria do Carmo Cruz Guarda-roupa: Inês Santos Sonoplastia: Luís Albuquerque Adereços e luminotecnia: Carlos Santos Elenco: Mariana Matias, Lia Nunes, Carlos Jesus, Eduardo Conceição, Carmen Luna, Sara Ribeiro, Isabel dos Santos, Verónica Fachada, Carla Braz, Sónia Simões, Carla Marques, Ana Catarina Rodrigues, Ândrea Seiça, Ângela Leão.