Em sessão ordinária de 23 de Novembro de 1954, o Conselho
Escolar da Faculdade de Letras de Coimbra aprovou, por unanimidade, a
criação do Instituto de Arqueologia.
A proposta de criação do
Instituto foi apresentada ao Director da Faculdade pelo Dr. João Manuel
Bairrão Oleiro, então assistente encarregado da regência da cadeira de
Arqueologia. Tendo disposto, logo à partida, de uma sala, o Instituto
viveu os seus primeiros anos graças à dedicação daquele docente e ao
entusiasmo de alguns alunos que o Dr. Bairrão Oleiro soube reunir e
estimular.
Instalou-se uma biblioteca especializada, constituída por
volumes aqui depositados pela Biblioteca da Faculdade de Letras e pelo
Instituto de Estudos Históricos da mesma Faculdade; financiamentos da
Fundação Calouste Gulbenkian e do Fundo Sá Pinto (gerido pelo Senado
Universitário de Coimbra), bem como dotações obtidas através do
orçamento ordinário da Faculdade, permitiram a aquisição de novas
obras, com as quais a biblioteca se foi alargando.
Desde o
início, ficou na dependência do Instituto uma galeria de réplicas, em
gesso, de inscrições romanas e medievais portuguesas, organizada nos
inícios do século XX pelo Doutor António de Vasconcelos. Esta galeria
constituiu o núcleo de uma colecção, valiosamente acrescentada em 1958
com a oferta, pelo Prof. Doutor Francisco Gentil, de um espólio
procedente da necrópole de Alcácer do Sal.
As instalações do
Instituto foram solenemente inauguradas em 6 de Março de 1958, com a
abertura da exposição dessa colecção arqueológica.
O início da
publicação da revista Conimbriga, cujo primeiro número correspondeu a
1959, marcou um progresso importante; graças às permutas que desde logo
se estabeleceram, a biblioteca começou a enriquecer-se com publicações
periódicas especializadas de Arqueologia, nacionais e estrangeiras. Os
quatro primeiros números da revista foram financiados pela Fundação
Calouste Gulbenkian; o quinto (1966) saiu já graças a dotação do
orçamento ordinário da Faculdade, através do qual a publicação tem
sido, desde então, assegurada.
Em 1963, foram contratados, como
assistentes para a área de Arqueologia, os Drs. Jorge de Alarcão e
Mário de Castro Hipólito; nessa data, já o Dr. Bairrão Oleiro tinha
perdido o vínculo à Faculdade de Letras, por ter expirado o seu
contrato de assistente - mas continuava a prestar ao Instituto de
Arqueologia a sua melhor colaboração.
Coube, então, ao Doutor
Jorge de Alarcão assumir a direcção, cargo que ocupou até ao ano
lectivo de 2001-2002, inclusive, data em que solicitou a aposentação,
não tendo, porém, sido contratado nenhum docente em sua substituição.
A
reforma dos planos curriculares realizada em 1974, multiplicando as
disciplinas nas áreas de Arqueologia, Pré-História e História Antiga,
justificou a contratação de novos docentes; dos dois assistentes em
1963 passou-se a oito docentes em 1987, sendo seis deles já doutorados.
O
acréscimo do número de docentes e discentes e o incremento da
biblioteca, graças sobretudo à colecção de revistas obtidas por
permuta, tornaram insuficientes as instalações de que o Instituto
dispunha na Faculdade de Letras. Assim, foi decidida a sua instalação
em edifício autónomo: o Palácio de Sub-Ripas, residência do séc. XVI,
adquirida pela Universidade e restaurada pela Direcção Regional do
Centro dos Edifícios e Monumentos Nacionais, segundo projecto do Arq. António Madeira Portugal.
Aqui se encontra instalado
desde Janeiro de 1987 o Instituo de Arqueologia.