MICORRIZAS
As micorrizas são associações simbióticas mutualistas que se estabelecem entre fungos e raízes de plantas, ou outros orgãos subterrâneos. O termo “micorriza" (do Grego mykes = fungo e rhiza = raiz) foi utilizado pela primeira vez em 1885 pelo biólogo alemão Albert Bernard Frank, que reconheceu a presença de um fungo em volta das raízes de faia (Fagus sylvatica L.) e carpa-europeia (Carpinus betulus L.). Frank foi também o primeiro autor a considerar as micorrizas como estruturas com carácter simbiótico. Actualmente, são reconhecidos os benefícios da associação micorrízica para a planta hospedeira e para o micossimbionte. A planta beneficia directamente do transporte de nutrientes minerais e água através do fungo; o fungo recebe da planta açúcares produzidos na fotossíntese.
Em condições naturais, a maior parte das plantas forma micorrizas. As micorrizas estão presentes em todos os «taxa» de briófitas, pteridófitas, gimnospérmicas e angiospérmicas (Smith e Read, 1997). Apenas cinco famílias - Amaranthaceae, Caryophyllaceae, Chenopodiaceae, Cruciferae (Brassicaceae) e Cyperaceae - e alguns géneros - Astragalus (Leguminosae), Lupinus e Oenanthe (Apiaceae) - não formam micorrizas mas mesmo dentro destes existem algumas excepções.