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Mesa-Redonda #1


Quinta-feira, 18 de novembro de 2021 | 11h

#1 Ética da responsabilidade na interação entre ser humano e computador

Relativamente à ética da responsabilidade na interação entre ser humano e computador, importa rever tópicos como a longevidade da vida humana e as capacidades cognitivas potenciadas pelas tecnologias, bem como os princípios de design da interação entre ser humano e computador. 

Moderação

 Alexandre Franco de Sá [FLUC, CECH] 


Oradores

 Jelson Oliveira [Pontífica Universidade Católica do Paraná, Brasil]

Trata-se de analisar os novos paradigmas da responsabilidade na sua relação com a tecnologia, especialmente as TIC's, tendo em conta o pensamento de Hans Jonas. Começa-se por perguntar por que e de que forma a tecnologia se transformou em um problema filosófico e educacional, dando destaque para mudança no estatuto do saber na era tecnológica: de uma visão contemplativa para uma visão exploratória, o que levaria à crise do homo sapiens em favor do homo faber. Além disso, faz-se necessário analisar como a interação ser humano e computador se insere no contexto mais geral dos novos poderes tecnológicos, cujas consequências no que diz respeito aos novos exercícios de poderes, são assuntos novos para a ética, na medida em que envolvem decisões que dizem respeito ao futuro e a todos os âmbitos da vida (inclusive a vida extra-humana). Nesse contexto, torna-se importante analisar, também, os novos horizontes da responsabilidade no que diz respeito aos novos desafios da comunicação, que envolvem questões como a pós-verdade e as fake news, além do efeito do uso dos novos dispositivos no desenvolvimento humano. O convite à responsabilidade aparece, assim, como um apelo que recusa a utopia do progresso tecnológico, para assumir o compromisso com a análise criteriosa dos efeitos desses novos poderes e instrumentos na vida das gerações atuais e futuras.

JONAS, H. (2006). O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Tradução de Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUCRio.

JONAS, H. (2013). Técnica, medicina e ética. Sobre a prática do princípio responsabilidade. Tradução do Grupo de Trabalho Hans Jonas da Anpof. São Paulo: Paulus, (Ethos).

OLIVEIRA, J. R. de. (2017). O novo status do saber na era tecnológica e os desafios para a educação segundo Hans Jonas. Educação, 40(1), 53-62.


 Daniela Côrtes Maduro [MATLIT LAB, CLP]

A relação entre ser humano e máquina tem vindo a ser amplamente retratada pela literatura, sobretudo por autores de ficção científica. Particularmente atenta ao impacto de inovações tecnológicas na sociedade, este género literário confronta o leitor e o espectador com inúmeros cenários, alguns deles limite, onde as consequências de um uso negligente e repressivo da tecnologia são avaliadas. Nesta mesa-redonda, proponho uma reflexão sobre a forma como o ensino de ficção científica, mais concretamente de narrativas distópicas, poderá fomentar uma análise crítica e atenta da relação entre ser humano e máquina, contribuindo assim para um uso responsável e informado da tecnologia, nomeadamente no que respeita à extensão das capacidades humanas possibilitada por avanços tecnológicos e computacionais. 

ROBERTS, A. (2005). The History of Science Fiction. Palgrave Macmillan. 

SCOTT, R. (Director). (1979). Blade Runner [Film]. Warner Bros. Pictures.