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ESTUDO: Práticas ecológicas e sustentáveis nas artes performativas em Portugal

Apresentação

O Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra [CEIS20 - UC] e a Direcção-Geral das Artes [DGARTES] assinaram um protocolo que prevê o apoio para a realização do Estudo “Práticas ecológicas e sustentáveis nas artes performativas em Portugal”, coordenado pelos investigadores Vânia Rodrigues e Fernando Matos Oliveira, em articulação com o projecto exploratório de investigação FCT.


Os modos de fazer do campo artístico e cultural são, hoje, interrogados e mobilizados pelas questões ecológicas, fazendo desta uma área de ação, debate e investigação de relevância inquestionável. O CEIS20-UC congratula-se com a oportunidade de levar a cabo este trabalho, de carácter inédito em Portugal. O estudo surge na sequência dos esforços que este centro de investigação, marcadamente interdisciplinar, tem vindo a desenvolver no sentido de estruturar e densificar a pesquisa em torno dos modos de criação e produção artística, e que levaram ao reforço recente da sua linha de investigação dedicada a este domínio. Destacam-se o seminário internacional Modos de Produzir/Modes of Production, realizado em Outubro de 2021, e o projecto GREENARTS – Green Production: Performing Arts in Transition, com financiamento aprovado pela FCT. O apoio da Direcção-Geral das Artes à fase inicial desta investigação permitirá levar a cabo um amplo inquérito de escuta dos posicionamentos, práticas e necessidades da comunidade artística em Portugal.

Porquê?

A urgência e o impacto da crise ambiental e das alterações climáticas tornam-se, a cada dia, mais evidentes e mais tangíveis em todas as esferas da vida em sociedade. O ritmo da degradação ambiental, a crescente ameaça de territórios, populações, modos de vida e culturas e os desdobramentos políticos do tema - intrinsecamente associado aos modelos de desenvolvimento social e económico - fazem do desafio ecológico, potencialmente, o mais mobilizador desafio da atual geração. Neste contexto, e em face dos apelos repetidos e consubstanciados da comunidade científica internacional, governos, organizações e cidadãos vão progressivamente incorporando as questões do ambiente e da ecologia nas suas estratégias, ambições, decisões e desejos de intervenção.

Diversas nos seus olhares e posicionamentos, as artes e a cultura não constituem excepção a este panorama de crescente inquietação e envolvimento. Nos últimos anos, no contexto europeu, multiplicaram-se iniciativas nas quais são plenamente discerníveis os anseios por modelos de atuação mais consentâneos com os desígnios de sustentabilidade ambiental e social; criaram-se espectáculos, performances, edições, associações e plataformas com foco nestes temas; em alguns casos, discutiram-se modelos de atuação e estratégias a implementar. No plano político, está em curso a incorporação de critérios de sustentabilidade ambiental nos mecanismos europeus de financiamento do sector, em linha com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e diversos países começam a fazer refletir essas exigências nas suas formulações de política pública.

E em Portugal?

Em Portugal, o desígnio da transição ecológica é particularmente desafiante: artistas, produtores/as e decisores/as vêem-se, atualmente, confrontados/as com a necessidade de conciliar as mudanças requeridas pela tomada de consciência ambiental com as dificuldades e disfuncionalidades pré-existentes, que a pandemia revelou e aprofundou. O desafio é, pois, colossal: trata-se de articular a necessidade de promover transformações significativas rumo a um setor cultural e artístico mais eco-responsável com a superação de diversas debilidades estruturais que marcam as possibilidades de desenvolvimento do campo das artes em Portugal, incorporando nas questões ambientais a necessária e plural reflexão em torno da justiça ambiental e social. Mais ainda, é imperativo fazê-lo de forma a não evitar a complexidade inerente, nem o dissenso que o tema carrega, explícito em tensões e posicionamentos divergentes no campo artístico-cultural.

O que se segue?

Nas próximas semanas, será lançado um inquérito a centenas de entidades e profissionais, com particular ênfase naqueles que têm, presentemente, apoio da DGARTES. O inquérito constitui a primeira fase de um percurso de investigação mais amplo, que se prolonga por 2024.

As conclusões e recomendações do estudo serão tornadas públicas em 2023, através de um relatório em português e inglês, e de acções de disseminação e discussão em diversos pontos do território nacional.

Como entro em contacto com a equipa responsável pelo estudo?

Investigadores responsáveis: Fernando M. Oliveira e Vânia Rodrigues

Email: modesofproduction @ uc.pt

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Mais informação

Universo de aplicação

O estudo pretende ser representativo da densidade e da diversidade da comunidade artística em Portugal, em particular aquela que é, atualmente, beneficiária de apoio da Direcção-Geral das Artes. Nesse sentido, os esforços da equipa coordenadora estão concentrados não apenas em obter uma taxa de resposta significativa, que permita proceder a uma análise robusta e cientificamente válida, mas, sobretudo, em garantir que o universo de inquirição é relevante e plural.

Constituem princípios orientadores deste estudo:

· A condução dos trabalhos de forma independente de quaisquer determinações de caráter político-institucional;

· A produção de conhecimento relevante para a comunidade artística e para os decisores de política cultural

· O compromisso democrático com a liberdade de expressão e pensamento crítico dos profissionais da cultura, através do cumprimento escrupuloso do regime de confidencialidade da participação;

· A articulação com iniciativas análogas noutros países e com profissionais e peritos nacionais e estrangeiros, sempre que possível gerando condições de comparabilidade internacional.

Confidencialidade e proteção de dados

As respostas ao inquérito serão anonimizadas, recolhendo-se dados de caracterização sociográfica que serão depois desassociados das respectivas respostas. As respostas enviadas em áudio serão imediatamente transcritas, anonimizadas e analisadas em formato de texto.

É importante notar que o inquérito não é anónimo: as respostas são é anonimizadas pela equipa coordenadora da investigação, que salvaguardará a confidencialidade das respostas, anonimizando-as na fase de análise e em todos os relatórios, artigos, comunicações e outros fóruns e formatos de partilha que venham a realizar-se, durante o estudo e mesmo após o seu termo. A identidade dos respondentes também não será revelada à DGARTES.

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