Encerramento da segunda edição da Pós-Graduação em Gestão Cultural e Sustentabilidade
Terminou no passado dia 17 de Junho a segunda edição da Pós-Graduação em Gestão Cultural e Sustentabilidade, promovida pela FLUC em articulação com o projeto exploratório de investigação FCT GREENARTS, sediado no CEIS20. O curso, coordenado pelos professores Fernando Matos Oliveira e Vânia Rodrigues, constituiu uma oferta formativa pioneira relacionando os domínios da gestão das artes, das políticas culturais, e da ecologia.
Ao longo das duas edições, contou com a participação de cerca de 50 profissionais das artes e da cultura oriundos de instituições culturais de todo o território nacional, contando também com o apoio da Direção-Geral das Artes.
Os desafios éticos, políticos e práticos que se colocam às artes no contexto da emergência ecológica continuarão a merecer atenção no contexto da UC, estando previstas novas propostas de ciclos de estudo e diversos projetos de investigação.
No final da Pós-Graduação, e após uma Residência de Pensamento realizada no Fundão, com o apoio da Câmara Municipal, os alunos produziram coletivamente uma Ecozine, estando também disponível um repositório de imagens e um vídeo associados.
Sinopse da Eco-Zine:
Ensaio aberto para um manifesto coletivo
10 meses, 28 dias, 196 horas, 5.595 kms depois tornámo-nos num coletivo de pessoas várias e com motivação. As artes e a cultura são um espaço de possibilidades infinitas mas com recursos finitos.
10 meses, 28 dias, 196 horas, 5.595 kms depois continuamos nos mesmos lugares, na mesma discórdia, no mesmo desconforto. Custa continuar, custa romper, custa fazer diferente.
Quisemos ainda assim tentar outra forma. Arriscar. Quebrar com as regras e com os modos de produção pré-determinados. Abraçar o desafio do coletivo, do cooperativo, do comunitário, das cedências.
Nesta edição nº1 da Ecozine desenvolvida no laboratório da unidade curricular 4 da Pós-Graduação em Gestão Cultural e Sustentabilidade, quisemos romper o individualismo e contrariar as lógicas habituais de trabalhos individuais. Em todo o lado encontram-se soluções milagrosas para acelerar o metabolismo humano e otimizar a produtividade. Em poucos lados encontram-se receitas milagrosas para reduzir o metabolismo da sociedade. Experimentámos o coletivo, a partilha, o desequilíbrio — tenso, imperfeito — para que possa nascer a possibilidade de um outro caminho. A várias mãos e sem grandes regras, fomos partilhando reflexões, frustrações, anseios, pensamentos mais ou menos poéticos, imagens, sentimentos, geografias que resultaram deste tempo em conjunto.
Neste processo de colagem e edição escolhemos escutar de perto, implicarmo-nos com um futuro em que caibam todos os seres. Sem respostas definitivas, mas com a urgência de continuar a testar, seguimos.
Este Ensaio aberto para um manifesto coletivo é algo ainda em construção, sem fim, sem certezas. É a nossa proposta para que se tente fazer diferente, para que se arrisque, para que se quebrem as regras e se encontrem novas formas de fazer. Queremos mover-nos, sim, mas com responsabilidade e com sentido. Até onde estamos dispostas a ir pelas ações ecológicas e regenerativas? Até onde o coletivo permitir?