A licenciatura em Sociologia (1º ciclo) procura proporcionar uma sólida formação dirigida à aquisição dos instrumentos teóricos e metodológicos de base para a prática da sociologia, desenvolvendo competências de compreensão sociológica do mundo atual e de utilização dos conhecimentos sociológicos nos contextos de prática profissional e de investigação científica.
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O mundo do trabalho em debate: valores, significados, perspetivas
Hermes Augusto Costa
Ter um emprego no futuro é uma preocupação legítima que qualquer jovem do ensino secundário ou do ensino superior tem em mente. Mas ao contrário de outrora, cada vez mais projetamos o futuro do trabalho numa perspetiva distinta dos nossos pais (que conviveram com a ideia de um “emprego para a vida”). Mesmo que possamos e devamos acreditar que o trabalho tem futuro (e que a vida em sociedade dificilmente se fará sem o exercício de uma atividade profissional), cada vez mais somos levados a questionar o futuro do trabalho, tanto mais que o trabalho assume hoje distintas formas. Numa altura em que a ideia de estabilidade profissional é cada vez mais uma miragem – o que nos deixa ansiosos, inseguros e expectantes – importa pensar que significado e o valor que atribuímos ao trabalho.
Nota: Disponibilidade para realizar duas sessões, no máximo.
Cidades inclusivas: Direito à cidade e a importância da diversidade social
Cristiano Pacheco
Esta proposta foca-se na temática das cidades inclusivas, abordando o direito à cidade e a importância da diversidade social. Visa sensibilizar estudantes do ensino secundário sobre a relevância de um urbanismo inclusivo. A formação explora o conceito de cidade inclusiva, destacando a inclusão de pessoas com deficiência, as implicações sociais da urbanização e a necessidade de representatividade nas decisões urbanas. Atividades práticas incentivam os estudantes a identificar problemas de inclusão nas suas comunidades e a propor soluções, promovendo o desenvolvimento de uma cidadania ativa e refletida sobre a diversidade e inclusão nas esferas urbanas.
Jovens e Política
Daniel Francisco
A juventude e o interesse pela política não costumam andar juntos. Porém, apesar de comummente aceite, esta ideia não corresponde à realidade. Muitas das mais importantes transformações políticas das sociedades ocidentais nasceram nos meios juvenis e universitários. O que se confunde é muitas vezes o interesse político-partidário com o interesse pela “pólis” — a cidade, a vida da comunidade, a política no seu sentido abrangente. Esta diferença merece discussão. Não se deve tomar o desinteresse das camadas mais jovens pelo jogo partidário como sinal de indiferença face ao destino das respetivas comunidades.
Cultura online e offline: participação e exclusão
Paula Abreu
A participação e o consumo de atividades e serviços/bens culturais (música, cinema, espetáculos, exposições, etc.) nunca foram muito intensas e mostram muitas das desigualdades sociais existentes em Portugal. Com a transição de uma parte importante destas atividades para o universo digital, abriram-se novas oportunidades de acesso, consumo e participação através de múltiplos dispositivos (telemóvel, computador, tablet, aparelhos de TV inteligentes...) móveis e/ou instalados nas nossas casas. Mas também surgiram novos obstáculos de acesso e ao consumo e participação, geradores de novas formas de desigualdade social. Nesta sessão temos a oportunidade de discutir e pensar sociologicamente sobre o que é a cultura online e offline, o consumo e a participação cultural, bem como as velhas e novas desigualdades sociais geradas pelos obstáculos ao acesso, consumo e participação.
Nota: Disponibilidade para realizar duas sessões, no máximo.
Precisamos conversar sobre Violência Obstétrica
Sofia Madeira
A violência obstétrica é uma forma de violência de gênero praticada durante o cuidado obstétrico profissional. É um tema importante e sensível que merece nossa atenção. Nesta atividade, propomos dialogar com os jovens sobre más práticas e condutas que desrespeitam e agridem a mulher durante a gravidez, o parto, o abortamento e/ou o pós-parto. Os jovens serão informados sobre os diferentes tipos de violência que podem ocorrer neste processo, aprendendo a identificar más condutas e, ainda, serão convidados a refletir em grupo sobre os direitos das mulheres durante o processo de parto e como promover mudanças para garantir um parto seguro e respeitoso para todas as mulheres e crianças.
Saúde mental e sociedade
Sílvia Portugal
A saúde e a doença mental são, em geral, temas dominados pelos discursos médicos e psicológicos. Sabemos, no entanto, que os fatores sociais são fundamentais na sua compreensão. Esta sessão pretende discutir a relevância desta abordagem e a importância das Ciências Sociais, nomeadamente, da Sociologia nas explicações destes fenómenos.
Nota: Disponibilidade para realizar duas sessões, no máximo.
Desafios e Oportunidades na Inclusão de Alunos Migrantes nas Escolas Portuguesas
Pedro Góis
A inclusão de alunos migrantes nas escolas em Portugal tornou-se um desafio complexo, marcado por três mudanças principais em relação ao passado. Primeiro, há uma ampliação na escala do fenómeno, com um aumento no número e na diversidade desses estudantes. Segundo, verifica-se uma dispersão geográfica significativa, estando agora presentes em quase todos os concelhos do país, com a sua presença a triplicar ou quadruplicar em cinco anos na maioria dos locais. Terceiro, a diversidade de origens culturais, linguísticas e sociais aumentou, com os agrupamentos escolares a acolherem, em média, alunos de 19 nacionalidades, muitas oriundas de países não lusófonos. Estes fatores exigem novas abordagens de integração e inclusão educativa.
Famílias: O que está para além do parentesco? O papel da Sociologia na compreensão dos laços familiares
Andreia Barbas
Nesta sessão, o convite é explorar uma questão fundamental: devemos falar de "família" ou "famílias"? Ao longo desta atividade, vamos investigar como a sociologia nos ajuda a desvendar a complexidade dos laços familiares, questionando até que ponto o parentesco é suficiente para explicar estas relações. Quantas vezes olhamos para as famílias dos outros — ou até para a nossa própria — com uma mistura de familiaridade e estranheza? Será que os conceitos convencionais capturam a riqueza e a diversidade das dinâmicas familiares contemporâneas?
Através de discussões e exemplos práticos, iremos refletir sobre as várias formas de observar as famílias: pelas suas representações, pelas suas práticas e pelas suas exibições. Vamos também explorar como os processos de mudança atravessam as famílias, revelando-as como reflexos dinâmicos de uma sociedade em constante transformação. Esta é uma oportunidade para mergulhar nas diversas camadas do que significa ser, fazer e exibir "família(s)" na atualidade, estimulando um olhar crítico sobre um tema que nos é tão próximo e, ao mesmo tempo, tão diverso e intrincado.
Nota: Disponibilidade para realizar duas sessões, no máximo.