Liliana Santos vence prémio do ICNAS JJ Pedroso de Lima

Investigação: Distinguido trabalho sobre diagnóstico e tratamento de cancro com base em radiofármacos

12 setembro, 2025≈ 4 mins de leitura

Fomos notícia, Diário de Coimbra, 12 de setembro

Transcrição da Notícia

Liliana Santos, doutorada em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), conquistou o Prémio JJ Pedroso de Lima, distinção atribuída pelo Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da Universidade de Coimbra (UC). A distinção, que vai na segunda edição e homenageia o físico e professor catedrático João José Pedroso de Lima (1934-2016), tem o valor de 10 mil euros. O galardão destaca o trabalho desenvolvido no âmbito da tese de doutoramento em Ciências Farmacêuticas em regime empresarial na ICNAS Pharma, concluída em 2025 e intitulada "Desvendar os mecanismos da
disfunção da barreira hematoencefálica na formação de metástases cerebrais em cancro da mama HER2+: um passo para novas abordagens terapêuticas".
Na investigação, «um trabalho muitíssimo interessante» para Antero Abrunhosa, diretor do ICNAS, Liliana Santos explorou «estratégias inovadoras de diagnóstico e tratamento para cancro baseadas em radiofármacos, cruzando áreas fundamentais da medicina nuclear e da oncologia translacional », refere a UC. O trabalho destacou «a aplicação de radiofármacos de zircónio-89 e cobre-64 para o diagnóstico do cancro da mama e de metástases cerebrais HER2+, bem como o desenvolvimento
de estratégias terapêuticas inovadoras com radiofármacos de lutécio-177 para o tratamento de tumores e metástases cerebrais HER2+ resistentes à terapia convencional », sublinha a Universidade. Ao receber ontem o galardão, e já depois de agradecer a orientadores e equipas, a jovem investigadora lembrou João
José Pedroso de Lima, uma grande referência na investigação biomédica. «É para mim uma responsabilidade e espero honrar o legado e continuar a responder a questões científicas », disse. Tal como na primeira edição que distinguiu Alexandra Fonseca, então doutoranda na área da química farmacêutica, o prémio vai «novamente para uma jovem investigadora», o que revela a «vitalidade» da área, observou Antero Abrunhosa, ao frisar ainda a expansão enorme do ICNAS, numa
«viagem» iniciada pelo «mentor » João José Pedroso de Lima. Sobre o trabalho, destacou «a unanimidade do júri, o elevado mérito da vencedora e a potencial aplicação clínica da investigação numa área tão importante como é o cancro da mama HER2+». Para o reitor e presidente do júri que avaliou o trabalho, a atribuição do prémio é também «uma merecida homenagem a um homem que foi essencial em todo o caminho de sucesso percorrido pelo ICNAS ». Este ano, disse, «reconhecemos
um trabalho que coloca a inovação e a investigação ao serviço dos cuidados de saúde, procurando mais e melhores soluções para o diagnóstico e o tratamento, em particular através de radiofármacos, área em que o ICNAS é atualmente uma referência nacional e internacional».

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