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Páginas Tantas

2012

Osvaldo Manuel Silvestre
Coordenador

Programa do Ciclo Páginas Tantas

(Jan-Jul 2012)

Dulce Maria Cardoso

Painel: Osvaldo Manuel Silvestre e Ricardo Namora

Dulce Maria Cardoso (Trás-os-Montes, 1964) publicou em 2001 o seu romance de estreia, Campo de Sangue, Grande Prémio Acontece, escrito na sequência de uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura. Desde então publicou os romances Os Meus Sentimentos (2005), Prémio da União Europeia para a Literatura, e O Chão dos Pardais (2009), Prémio Pen Club. Uma antologia de contos, Até Nós, foi publicada em 2008. A sua obra encontra-se traduzida em várias línguas e está publicada numa dezena de países (nomeadamente Brasil, Argentina, França, Itália e Holanda), sendo estudada em diversas universidades. Estão em curso propostas de adaptação cinematográfica de alguns dos seus contos e romances. O Retorno (2011), seu último livro, aborda a grande migração dos «retornados» de África na sequência da descolonização de 1974-1975, e teve um acolhimento francamente elogioso por parte da crítica.

Duarte Belo

Painel: Ana Maria Machado e Osvaldo Manuel Silvestre

Duarte Belo nasceu em Lisboa, em 1968. Licenciatura em Arquitetura (1991). De uma obra fotográfica documental extensa são de destacar as obras Portugal — O Sabor da Terra, em catorze volumes (1997), onde se faz uma aproximação à fixação do tempo longo em Portugal, e Portugal Património, em dez volumes (2007-2008), um inventário do património cultural e natural, em sítio, de todo o espaço português. De outros trabalhos editados em livro, mais específicos, poderíamos destacar Orlando Ribeiro — Seguido de uma viagem breve à Serra da Estrela (1999); Ruy Belo — Coisas de Silêncio (2000); O Vento Sobre a Terra — apontamentos de viagens (2002); À Superfície do Tempo — Viagem à Amazónia (2002); Território em Espera (2005); Geografia do Caos (2005); Terras Templárias de Idanha (2006); Olívia e Joaquim – Doces de Santa Clara em Vila do Conde (2007); Fogo Frio – O Vulcão dos Capelinhos (2008); Comboios de Livros (2009); desenha, produz e fotografa as ilustrações do conto O Príncipe-Urso Doce de Laranja (2009); Cidade do Mais Antigo Nome (2010); O Núcleo da Claridade – entre as palavras de Ruy Belo (2011).

João Botelho

Painel: Osvaldo Manuel Silvestre e Ricardo Namora

João Botelho (1949, Lamego). Estudou Engenharia Mecânica na Universidade de Coimbra e, em seguida, na Universidade do Porto. Foi dirigente do CITAC e integrou a direcção de Cineclubes em Coimbra e no Porto. A partir de 1970 foi ilustrador de livros infantis e designer gráfico (A Regra do Jogo, Afrontamento, Centelha). Fez crítica de cinema na Gazeta da Semana e na revista M, de que foi fundador. Estudou na Escola de Cinema do Conservatório Nacional. Inicia-se na realização com duas curta-metragens para a RTP, em 1976, e o documentário (longa-metragem) «Os Bonecos de Santo Aleixo», em 1977, para a cooperativa Paz dos Reis. Conversa Acabada, de 1980, é a sua primeira longa-metragem de ficção, a que se seguiria, em 1985, Um Adeus Português e, em 1987, Tempos Difíceis, a partir de Dickens. Autor de obra vasta e consagrada, as suas últimas longas-metragens foram A Corte do Norte (2008) e Filme do Desassossego (2010).

Boaventura Sousa de Santos

Painel: Ana Maria Machado e Osvaldo Manuel Silvestre

Boaventura Sousa de Santos, doutorado pela Universidade de Yale (JSD, 1973), é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison e Global Legal Scholar da Universidade de Warwick. É Director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa e membro do Núcleo Democracia, Cidadania e Direito (DECIDe) do CES. É co-coordenador científico dos Programas de Doutoramento em Direito, Justiça e Cidadania no Século XXI, Democracia no Século XXI e Pós-Colonialismos e Cidadania Global. É autor de uma vasta obra sobre globalização, sociologia do direito, epistemologia, democracia e direitos humanos. Os seus trabalhos encontram-se traduzidos em espanhol, inglês, italiano, francês e alemão.

Jacinto Lucas Pires

Painel: Osvaldo Manuel Silvestre e Ricardo Namora

Autor de uma já vasta obra dividida pelo teatro e pela ficção, iniciada em livro em 1996 com o volume de contos Para averiguar do seu grau de pureza, Jacinto Lucas Pires tem livros e peças de teatro traduzidos em espanhol, croata, tailandês, francês, inglês, norueguês. Desde a sua estreia como dramaturgo, com Universos e Frigoríficos (1998), trabalhou com alguns dos mais relevantes encenadores portugueses. Este ano, escreveu o monólogo Adalberto Silva Silva para o ator Ivo Alexandre. Esse “espetáculo de realidade” estreou no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, no dia 23 de fevereiro. Realizou duas curtas-metragens, Cinemaamor (1999) e B.D. (2004). Faz parte, com Tomás Cunha Ferreira, da banda Os Quais – que lançou um Meio disco em 2009 e este ano lançará um disco inteiro chamado Pop é o contrário de pop. Foi-lhe atribuído em 2008, pela Universidade de Bari/ Instituto Camões, o Prémio Europa – David Mourão-Ferreira. O seu último livro foi o romance O verdadeiro ator, em 2011.

Álvaro Domingues

Painel: Osvaldo Manuel Silvestre e Ricardo Namora

Álvaro Domingues nasceu em Melgaço, em 1959. Licenciou-se em Geografia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, instituição na qual se doutorou em Geografia Humana em 1994. As suas áreas de interesse particular têm sido a Geografia Urbana, o Urbanismo, a Paisagem, os Territórios e as Políticas Urbanas e Culturais. É Professor Associado da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) e investigador do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (CEAU-FAUP). Foi Professor Convidado da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade de Granada e leccionou já na pós-graduação do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra. Recebeu o Prémio Caixa Geral de Depósitos e Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional pelo melhor trabalho nacional sobre desenvolvimento regional, publicado durante os anos 1994-1996.

Com A Rua da Estrada (Dafne, 2010) e Vida no Campo (2011) iniciou a publicação de uma tetralogia sobre o Portugal contemporâneo, centrada nas noções de «paisagem transgénica» e «desruralização», que vem tendo grande impacto público.

Bernardo Carvalho

Painel: Ana Maria Machado e Osvaldo Manuel Silvestre

Bernardo Carvalho nasceu em Lisboa em 1973. Aos 5 anos, começou a subir à prateleira do pai para ler todos os livros de banda desenhada que encontrava. Aos 10, atropelou uma velhota na sua bicicleta amarela e os remorsos e a culpa nunca mais o largaram. Aos 17, os testes psicotécnicos indicaram “92% ar livre”. Aos 19, entrou para o Curso de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, mas a certa altura resolveu sair (os testes psicotécnicos tinham razão). Por essa altura fez o Curso de Desenho na Sociedade de Belas Artes. Aos 22 anos entregava empadas em cafés numa carrinha, mas foi despedido por justa causa (“esmagamento e furto de empadas” constava no processo). Foi assim que começou a sua carreira de desenhador. Em 1999, fundou o Planeta Tangerina. Desde então ganhou vários prémios: Menção Honrosa no “Best Book Design From All Over the World” da Leipzig Foundation; “Melhor Livro Editado” no CJ Picture Book Festival da Coreia; Titan Awards; Prémio Nacional de Ilustração 2010; “Melhor Livro” Banco del Libro (Venezuela); Nomeação para a Lista de Honra do IBBY.