Nota biográfica

Professor Catedrático do Departamento de Medicina, subdirector do Centro de Investigação do Cancro e director científico do Serviço de Citometria da Universidade de Salamanca (Salamanca, Spain) e do Banco Nacional de ADN Carlos III (Espanha). Membro de paineis de avaliação docente da A3ES (Portugal) e da ANECA (Espanha), e de consorcios científicos como o Clinical Advisory Committee para a International Consensus Classification (ICC) of myeloid malignancies, EuroFlow (co-diretor da EuroFlow Foundation), ECRIN-M3 (CRUK; coordinador) e ESLHO (European Scientific Foundation for Laboratory Hemato-Oncology, Scientific Working Group da European Hematology Association), tendo sido co-fundador da Rede Española de Mastocitose (REMA). É autor de 830 publicaçoes científicas em revistas JCR e de 75 patentes. Foi membro da Assembleia Geral da Faculdade de Medicina e atualmente é membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra. Recebeu a Medalha de Ouro da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e é Doutor Honoris Causa pela Universidade de Katowice (Polonia), entre mais de 40 outros reconhecimentos e prémios à sua carreira científica (e.g., premios Berend Howen da ISLH, Wallace Coulter da ICCS), incluído o premio de investigação de Castela e Leão em 2012.

Nota biográfica

Ana Maria Seixas é professora auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação e investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Doutorada em Ciências da Educação. Exerce funções docentes, desde 1987, sendo atualmente Coordenadora do Mestrado em Administração Educacional da FPCE/UC.

Título

A profissão académica no século XXI: reconfigurações, tensões e desafios

Resumo

Pretende-se com esta comunicação contribuir para a reflexão sobre o trabalho docente no ensino superior, salientando a centralidade do ensino na missão da universidade. Discute-se as reconfigurações em curso na profissão académica tendo em consideração as profundas transformações que ocorreram no campo do ensino superior em Portugal nas últimas décadas, associadas à sua massificação e a novas formas de governação e financiamento. Procura-se, também, analisar as tensões e desafios com que se defrontam os docentes, num contexto em transformação caracterizado pela ênfase na produtividade e na competição, podendo colocar em causa os valores tradicionais da academia.

Nota biográfica

António M. Magalhães é Professor Catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto e Diretor do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior (CIPES). Os seus interesses de investigação centram-se na análise das políticas educativas, designadamente nas relações entre o estado e os sistemas e as instituições de ensino superior e nos modelos de governação deste setor. Tem desenvolvido ao nível nacional e internacional projetos de investigação, sobretudo na área do ensino superior, e tem publicado, editado e coeditado livros, capítulos e artigos em revistas de referência no campo.

Título da intervenção

A Educação no Ensino Superior. Encruzilhadas do ensino superior na era do digital

Resumo da intervenção

A apresentação procura contribuir para a discussão acerca da especificidade educativa da universidade e da educação superior, incidindo sobre os efeitos conjugados da centralidade atribuída ao Ensino Superior para o desenvolvimento económico e das crescentes tecnologização e digitalização do ensinar e do aprender. Esta última, enquanto transformação dos materiais, métodos e técnicas de apoio aos processos e estruturas educativos em linguagem digital, é considerada já por alguns um ponto de viragem na história da educação. Na confluência da perda de ligação com a matriz moderna da educação superior, da tecnologização fundada na digitalização dos processos e estruturas de investigação, educação e governação das instituições, a crise associada à pandemia provocada pela Covid-19 é convocada como um analisador da importância e da urgência desta discussão para a identificação da especificidade das experiências educativas da educação superior e, desde logo, para as agendas políticas e educativas.

Nota biográfica

Cristina Maria Coimbra Vieira, licenciada em Psicologia (1991) e doutorada em Ciências da Educação (2003), é Professora Associada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Fez nesta instituição todo o seu percurso académico, de 1986 a 2003, sendo docente desde 1992. É, desde 28 de abril de 2023, Provedora do/a Estudante.

Título da intervenção

Acesso, sucesso e transição da universidade para o mundo do trabalho: algumas vicissitudes nas trajetórias estudantis.

Resumo da intervenção

A partir da nossa experiência de três décadas como docente e de nove meses como Provedora do/a Estudante da Universidade de Coimbra, nesta breve comunicação pretendemos refletir sobre os fatores que parecem persistir como desafios a trajetórias bem sucedidas dos/as estudantes, quer no seu percurso de formação universitária, quer na passagem para o exercício profissional.

Gabriela Figueiredo Dias é Licenciada e Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Gabriela Figueiredo Dias é, desde 1 de janeiro de 2022, Presidente do International Ethics Standards Board for Accountants, uma organização global com sede em Nova Iorque.

Anteriormente, foi Presidente da CMVM (dezembro de 2016 – novembro 2021), tendo iniciado a sua colaboração com a CMVM em 2007, onde exerceu diversos cargos de direção (2007-2012) e de assessoria ao Presidente (2013-2015), bem como Vice-Presidente (julho 2015 – novembro 2016).

É também, desde fevereiro de 2021, Presidente do Conselho Geral da Universidade de Coimbra e da respetiva Comissão de Estratégia e Internacionalização.

Desempenhou, ao longo da sua carreira, diversos cargos em organizações internacionais, designadamente na European Securities Markets Authority (ESMA), como Membro do Board of Supervisors, membro do Management Board da European Securities Markets Authority e Presidente do Investment Management Standing Committee; na International Organisation of Securities Commissions (IOSCO), como membro do Comité Regional Europeu e membro do Board; na OCDE, como Vice-Presidente do Corporate Governance Committee da OCDE e Co-Presidente do Grupo de Trabalho MENA/OECD on Corporate Governance.

Gabriela é Membro fundadora do Instituto Português de Corporate Governance, membro Conselho Consultivo da ISCTE Business School (2021-2023), membro do Advisory Board do Observatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nas empresas portuguesas e foi membro da Direção do Instituto de Direito Bancário, da Bolsa e dos Seguros (2004 – 2021) e da Association International de Droits des Assurances (Portugal). Foi advogada, consultora jurídica e académica entre 1990 e 2007 e é autora de várias publicações.

Nota biográfica

Irene Fonseca é a Professora Universitária Kavčić-Moura de Matemática no Departamento de Ciências Matemáticas da Carnegie Mellon University, onde é Diretora do Center for Nonlinear Analysis (CNA).

Irene Fonseca orientou 18 estudantes de doutorado e mentorou 45 pós-doutorandos. É Membro da American Mathematical Society (AMS), Membro da Society for Industrial and Applied Mathematics (SIAM), Membro da Academia Europeia de Ciências e foi eleita para a Academia de Ciências de Lisboa (Portugal). Foi Presidente da SIAM em 2013 e 2014. É Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, Decoração Portuguesa). É Vice-Presidente da American Mathematical Society de 2023 a 2026. Participa em 21 Conselhos Editoriais, incluindo Advances in Calculus of Variations, Archive for Rational Mechanics and Analysis, Communications of the AMS (CAMS), ESAIM:COCV (SMAI), Journal of Nonlinear Science, Mathematical Models and Methods in Applied Sciences (M3AS) e SIAM Journal on Mathematical Analysis. É membro de vários conselhos consultivos e científicos de centros de pesquisa e institutos, participa em comitês internacionais de premiação e integra painéis de revisão e avaliação de várias universidades nos EUA e no exterior.

As principais contribuições de Irene Fonseca abrangem o estudo variacional de materiais ferroelétricos e magnéticos, compósitos, estruturas finas, transições de fase e na análise matemática de segmentação de imagens, remoção de ruído, destexturização, registro e recolorização em visão computacional. O seu programa de investigação continua centrada na exploração de métodos modernos no cálculo de variações, motivados por problemas advindos da ciência dos materiais e da ciência da imagem.

Título da intervenção

A Missão Evolutiva da Universidade: Uma Visão para o Progresso Responsável

Resumo da intervenção

Esta palestra explora as formas como a inovação tecnológica tem transformado rapidamente o Ensino Superior e contribuído para a redefinição da missão da Universidade. Abordam-se as raízes históricas da Academia como criadora de conhecimento e a sua transição para um novo paradigma onde surge como impulsionadora da economia e da inovação, Evidências baseadas em dados revelam as dificuldades enfrentadas pelos estudantes de hoje, as mudanças nas habilitações exigidas pela indústria e as oportunidades apresentadas pelas tecnologias emergentes. Através da perspectiva estratégica da Universidade Carnegie Mellon em relação aos métodos de ensino, infra-estruturas de investigação, parcerias corporativas e acesso equitativo, Irene Fonseca argumenta a favor da colaboração interdisciplinar e de uma abordagem inclusiva para promover a participação como imperativos para a afirmação da liderança da Universidade na era digital.

Nota biográfica

José Augusto Cardoso Bernardes (n. 1958) é Professor Catedrático na Faculdade de Letras de Coimbra, onde tem regido sobretudo cadeiras no âmbito da literatura portuguesa do século XVI e do Ensino da Literatura.

Desempenhou, entre outros, os seguintes cargos institucionais: Presidente do Conselho Científico da sua Faculdade (2004-2007); Membro do Conselho Geral da sua Universidade (2007-2010); Coordenador Científico de duas unidades de investigação (Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos e do Centro de Literatura Portuguesa), entre 2007 e 2011; Diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (2011-2018); Membro do Conselho Nacional de Educação (20011-2014).

De entre as suas publicações, destacam-se dois livros recentemente publicados na Imprensa da Universidade: 1. A Oficina de Camões; 2. A Oficina de Gil Vicente, 2023.

Título da intervenção

O professor universitário: modelos antigos e desafios novos

Resumo da intervenção

Até há pouco tempo, admitia-se que o professor universitário estaria dispensado de grandes cuidados quando se tratava de transmitir conhecimento. Sendo ele próprio um criador de saber (o que o distingue dos colegas que não ensinam na universidade), as formas de transmissão e a empatia que é suposto criar nos/nas estudantes seriam muito menos importantes do que os conteúdos transmitidos, apreciados na sua consistência e atualização.

Sem contestar o essencial deste pressuposto, entendo que as novas realidades (atitude dos/as estudantes, heterogeneidade dos públicos, diversidade de fontes de informação disponíveis, etc.) obrigam a reequacionar o problema.

Face aos novos desafios, defendo nomeadamente a necessidade de ajustar a relação entre a pesquisa e o ensino, sobretudo na formação do primeiro ciclo. Esse ajustamento, que deverá melhorar a relação entre professor/a e estudante, deverá também produzir efeitos nos requisitos de recrutamento dos novos professores e na própria avaliação de desempenho do docente universitário.

Nota biográfica

José Manuel Pureza é licenciado em Direito e Doutor em Sociologia, ambos os graus obtidos na Universidade de Coimbra. É Professor Catedrático de Relações Internacionais na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, área de conhecimento em que ensina desde a sua criação em 1995. É investigador do Centro de Estudos Sociais, onde dinamizou o Núcleo de Estudos para a Paz. As suas prioridades de pesquisa incluem os Estudos para a Paz, o humanitarismo como ideologia e prática e a dimensão normativa das relações internacionais. Foi deputado e vice-presidente da Assembleia da República.

Nota biográfica

João Filipe Queiró é professor de Matemática da Universidade de Coimbra.

Nota biográfica

Licenciada em Filologia Germânica e Inglesa e pós-graduada em Estudos Europeus, vertente de Economia, pela Universidade de Coimbra.

Esteve desde o início da sua carreira ligada à Bayer, onde desempenhou diversas funções de progressiva responsabilidade, contribuindo para a aquisição de uma sólida experiência nos diferentes aspetos da gestão de uma indústria. Realizou um estágio e recebeu formação durante dois anos, na sede da Bayer AG, Alemanha, com vista à sua preparação no domínio da gestão industrial. Em 1990 iniciou a carreira como diretora fabril da unidade de produção da Bayer em Coimbra. Em 2001, desempenhou um papel importante na gestão da mudança da antiga Bayer para a atual Bluepharma, tendo contribuído para aliar o legado alemão de conhecimento e rigor e o dinamismo da nova equipa de gestão.

Com o lançamento da Bluepharma, assumiu funções como diretora de Operações, sendo atualmente vice-presidente da empresa.

Desde muito jovem que acompanha e intervém em projetos de apoio social, nomeadamente através do seu trabalho no Movimento Rotário e na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, bem como em variadas outras associações de cariz social.

Nota biográfica

Nuno Camarneiro nasceu na Figueira da Foz em 1977. Licenciou-se em Engenharia Física pela Universidade de Coimbra, trabalhou no CERN e doutorou-se em Ciência Aplicada ao Património Cultural pela Universidade de Florença, Itália. Foi investigador no Departamento de Química da Universidade de Aveiro e é actualmente docente da Escola das Artes da Universidade Católica do Porto e investigador integrado do CITAR (Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes).

Em 2011 publicou o seu primeiro romance, No Meu Peito Não Cabem Pássaros, em 2012 venceu o prémio Leya com o romance Debaixo de Algum Céu. Em 2015 publicou o livro de contos Se Eu Fosse Chão e em 2018 publicou o seu mais recente romance O Fogo Será a Tua Casa. Publicou ainda três livros infantis: Não Acordem os Pardais, O Que Veem as Estrelas, e A Casa das Perguntas.

É autor e co-autor de diversas peças de teatro, entre elas Ainda Hoje Era Ontem (Teatro Académico Gil Vicente, 2015), Eu, Salazar (Teatrão, 2018), O Que Vêem as Nuvens (CCB, 2020), Amanhã ou Depois de Amanhã (Comédias do Minho, 2021) e Ónus (Convento de São Francisco, Coimbra, 2022).

Título da intervenção

Aprender a Ler o Mundo – Novas e Velhas Literacias

Resumo da intervenção

A academia, os governos e o mundo empresarial há muito que debatem quais serão as competências essenciais para o futuro da sociedade, da economia e da ciência. A vertiginosa evolução tecnológica e uma estruturação do trabalho cada vez mais fluida e mutável são desafios para as instituições de ensino que se vêem pressionadas a actualizar as metodologias de aprendizagem e a organização curricular das ofertas formativas. Que caminho temos pela frente? Devemos continuar a apostar na especialização, ou, pelo contrário, formar profissionais especializáveis que facilmente se possam adaptar à evolução das circunstâncias? Quais são as competências do futuro e de que forma se articulam com as outras, as do passado? De que linguagens precisamos para ler o mundo que temos pela frente?

Nota biográfica

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e Doutorado em Ciências Farmacêuticas com especialização em Biologia Celular e Molecular (Neurociências) pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Várias funções de responsabilidade crescente dentro dos departamentos médicos de algumas empresas farmacêuticas e biofarmacêuticas multinacionais como a GlaxoSmithKline, a Alnylam e mais recentemente a Almirall.

Título da intervenção

A Importância dos Doutoramentos na Indústria Farmacêutica

Resumo da intervenção

Discutir a relevância e as mais valias do doutoramento na inclusão e na progressão dos profissionais na indústria farmacêutica. Uma perspetiva geral e pessoal desta temática.

Nota biográfica

Susana Aires de Sousa é Professora Associada da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. É membro integrado do Instituto Jurídico da Faculdade de Direito.

Tem colaborado, no plano do ensino e da investigação, com várias instituições internacionais como a Universidade Agostinho Neto (Angola), a Universidade de Macau, o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais ou a USP-Ribeirão Preto (Brasil), a Universidade Castilla-la-Mancha (Espanha), a Faculdade de Direito da Goethe Universität (Alemanha), e a Luiss School of Law (Itália). Foi Senior Fellow do Carol and Lawrence Zicklin Center for Business Ethics Research da Wharton School, Universidade de Pensilvânia (EUA). Foi investigadora-bolseira do Max-Planck-Institut für ausländisches und internationales Strafrecht, em Freiburg (Alemanha). Tem mais de uma centena de publicações, participando regularmente como conferencista e palestrante convidada em diversos congressos e seminários, em Portugal e no estrangeiro.

É atualmente membro eleito do Conselho Científico da FDUC e integra também o Conselho Científico do IIIUC. Foi subdiretora da FDUC e membro do seu Conselho Pedagógico.

Título da intervenção

O professor universitário e “o prazer de não cumprir um dever”

Resumo da intervenção

O título da intervenção, invocando Fernando Pessoa, propõe uma reflexão sobre o professor universitário a partir da ideia fundamental de liberdade. Uma liberdade que se declina em diferentes modos e com várias intensidades ao longo de todo um percurso de vida (dedicado à investigação e ao ensino), no espartilho de deveres que necessariamente a conformam e limitam. É nessa dualidade, tão presente no espaço universitário, e também na Universidade de Coimbra, que se situa a presente reflexão.