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Colégio de São Boaventura

Denominação
Colégio de São Boaventura

Ocupação atual
Comércio

Propriedade
Privada

Caracterização histórico-artística

Estabeleceu-se no lugar de umas casas que os padres claustrais da Ordem de São Francisco tinham na Rua da Sofia, tendo sido fundado em 1550 pelo rei D. João III, e incorporado na Universidade em 1566. Em 1715, face ao estado de ruína, foi alvo de uma reconstrução.

Extintas as Ordens Religiosas em 1834, o Colégio foi encerrado. O complexo edificado, já com evidentes sinais de degradação, acabaria por ser ocupado por alguns estabelecimentos locais em 1836, como a Sociedade do Teatro do Colégio de S. Boaventura, ou uma serralharia e fundição, até que em 1859 seria adquirido na totalidade por um particular. Anos depois seria construído um quarto piso que descaracterizaria o topo do edifício.

Apesar da contínua ocupação do monumento, responsável pela sua descaracterização progressiva, ainda hoje são identificáveis alguns elementos da sua arquitetura exterior e organização espacial interior. A fachada principal, pilastras e cunhais, assentes em fortes bases, revelam ainda a silhueta da primitiva capela colegial. Por sua vez, o interior conserva ainda as abóbadas pertencentes ao que foi, provavelmente, o antigo refeitório e alguns conjuntos de escadas.

O edifício pertence hoje a particulares e é utilizado para fins comerciais.

Os colégios universitários

Quando em 1537, por ordem de D. João III, a Universidade é definitivamente instalada em Coimbra, a cidade é dotada de um conjunto de edifícios colegiais destinados a receber os estudantes. Essencialmente erguidos por diferentes ordens religiosas e bispos, constituem um misto de convento e residência estudantil, sendo dotados de dormitório, refeitório, salas de estudo, claustros e igreja. Aos sete primeiros erguidos na Rua da Sofia, juntaram-se muitos outros, na Alta da cidade, chegando a perfazer, no século XVIII, 25.

Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica", foram extintos todos os conventos, mosteiros e colégios de todas as ordens religiosas e os seus bens incorporados na Fazenda Nacional. Muitos foram reutilizados como quarteis, hospitais, estações de caminho de ferro, etc., outros vendidos em hasta pública e, assim, comprados por particulares. Em qualquer dos casos a mudança de funções e usos foi radical.