Denominação
Mosteiro de Santa Cruz
Ocupação atual
Edifício cultual, Câmara Municipal de Coimbra, Direcção Regional de Cultura do Centro, área museológica
Propriedade
Câmara Municipal de Coimbra/Diocese de Coimbra

Caracterização histórico-artística
O Mosteiro de Santa Cruz foi fundado em 1131 pela Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, com o auxílio de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, que aí instalaria o seu arquivo, a sua chancelaria, encontraria o apoio diplomático necessário ao processo de autonomização do reino e, finalmente, aí se faria sepultar. Da sua configuração original, românica, pouco subsiste já que, no início do século XVI, o rei D. Manuel I ordenou uma profunda campanha de remodelação, responsável pelo seu aspecto atual.
Esta empreitada envolveu os melhores artistas do reino, como Diogo de Boytac, Marcos Pires, Diogo de Castilho ou João de Ruão, sendo construída uma nova igreja com nave abobadada, as duas torres que ladeiam a fachada, o imponente portal, o claustro principal e a sala do capítulo. Ao mesmo tempo, renovaram-se os velhos sarcófagos dos primeiros reis de Portugal, substituídos por novos túmulos abundantemente esculpidos e em cujas arcas se podem ver as impressionantes esculturas jacentes de D. Afonso Henriques e seu filho, D. Sancho I, da mão de Nicolau de Chanterene, um dos mais importantes artistas do renascimento em Portugal, também responsável pelo púlpito situado na nave da igreja.
A profunda reforma sofrida pela congregação, em 1528, determinou vários outros trabalhos, com destaque para o novo e invulgar Claustro da Manga, a noroeste da igreja. Após 1834, com a extinção das ordens religiosas, o vasto património do Mosteiro de Santa Cruz, que ocupava toda a faixa urbana desde a igreja até ao Jardim da Sereia, é dividido e entregue a instituições várias, com múltiplos usos. No século XIX, por forma a permitir a abertura da avenida Sá da Bandeira, algumas estruturas localizadas a norte foram destruídas e ala norte do Claustro da Manga destruída. Nos dias de hoje, para além das atividades culturais e religiosas, as antigas dependências do núcleo central do mosteiro albergam serviços municipais e da Direção Geral de Cultura do Centro.
Para mais informações consultar a ficha do Sistema de Informação para o Património Arquitetónico