Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões nasceu em Lisboa 19 de dezembro de 1924.
De origem irlandesa, O’Neill foi, nas palavras de Batista Bastos, além de “o mais generoso dos amigos, o mais felino dos sarcastas”, um homem de múltiplas paixões, que fez na vida, e da vida, tudo o que lhe apetecera sem arrependimentos.
Alexandre O’Neill foi um dos fundadores do Grupo Surrealista de Lisboa (1947-1951) conjuntamente com Mário Cesariny, António Pedro, António Domingues, Marcelino Vespeira e José-Augusto França. O seu primeiro livro “A Ampola Miraculosa”, que integrava a coleção Cadernos Surrealistas, foi publicado em 1948, sendo considerado uma referência do surrealismo português.
De entre as suas obras poéticas destacam-se: “No reino da Dinamarca” (1958), “De Ombro na Ombreira” (1969) ou “Entre a Cortina e a Vidraça” (1972). Foi também autor do conhecido poema “A Gaivota”, de 1969, interpretado por Amália Rodrigues, a pedido de Alain Oulman.
O’Neill escrevia poesia, mas vivia principalmente da sua atividade publicitária, ficou célebre a frase “Há mar e mar, há ir e voltar”, criada nos anos 80, para prevenir a segurança nas praias. Escreveu também prosa - “As Andorinhas não Têm Restaurante” (1970) e “Uma Coisa em Forma de Assim” (1985) - , crónicas para jornais, algumas sob pseudónimo (A. Jazente), organizou diversas antologias de poesia de vários autores e fez também algumas traduções.
Vítima de um acidente vascular cerebral em 1984, Alexandre O’Neill viria a sofrer em 1986 um segundo que o levaria a um prolongado período de hospitalização. Viria a falecer a 21 de agosto de 1986, aos 61 anos.
A presente exposição pretende dar a conhecer a obra literária deste escritor, no ano em que se comemora o primeiro centenário do seu nascimento.
Bibliografia Ativa
A ampola miraculosa : romance. Pref. Pedro Proença. Ed. fac-similada. Lisboa : Assírio & Alvim, 2002.
8-(2)-18-16-28
Tempo de fantasmas. “Cadernos de Poesia”, Lisboa. 2ª. sér., (11) Nov. 1951.
RP-2-7
No reino da Dinamarca : poesia. Lisboa : [s.n.], 1958.
5-50-21-2
Abandono vigiado. Lisboa : Guimarães Editores, 1960.
5-64-29-31
Poemas com endereço. Lisboa : Livraria Morais Editora, 1962.
5-6-54-71
Feira cabisbaixa : poemas. Lisboa : Editora Ulisseia, 1965.
5-12-24-13
No reino da Dinamarca : obra poética : 1951-1965. Lisboa : Guimarães Editores, 1967.
5-39-28
De ombro na ombreira. Lisboa : Publicações Dom Quixote, 1969.
6-32-15
As andorinhas não têm restaurante. Lisboa : Publicações Dom Quixote, 1970.
6-40-6
Entre a cortina e a vidraça : poemas. [Lisboa] : Estúdios Cor, [1972].
6-9-33-109
No reino da Dinamarca : obra poética (1951-1969). [Lisboa] : Guimarães & C.ª Editores, [1974]
6-21-5-90
Made in Portugal. A cura di Antonio Tabucchi . Milano : Guanda, 1978. (Quaderni della Fenice ; 29).
9-(1)-2-9-13
A saca de orelhas. 1ª ed. Lisboa : Sá da Costa, 1979.
6-42-40-17
Poesias completas : 1951-1981. Pref. de Clara Rocha. [Lisboa] : Imprensa Nacional-Casa da Moeda, imp. 1982.
6-50-4 B-23
Uma coisa em forma de assim. Lisboa : Presença, 1985.
5-11-30-62
Obras póstumas
Tomai lá do O'Neill! : uma antologia. [Selecção de poemas e pref. António Tabucchi ; il. Alexandre Delgado O'Neill]. [Lisboa] : Círculo de Leitores, cop. 1986.
6-22-14-26
Poesias completas : 1951-1986. Pref. de Clara Rocha ; biografia cronológica por Ana Maria Pereirinha. 3ª ed. rev. e aumentada. Lisboa : Imprensa Nacional-Casa da Moeda, imp. 1990.
6-44-34-9
Anos 70 : poemas dispersos. Ed. Maria Antonia Oliveira, Fernando Cabral Martins ; pref. Vitor Silva Tavares, des. Luis Manuel Gaspar. Lisboa : Assírio & Alvim, 2005.
8-(2)-27-42-29
Já cá não está quem falou. Ed. Maria Antónia Oliveira, Fernando Cabral Martins. Lisboa : Assírio e Alvim, D.L. 2008.
9-(1)-10-8-36
Alexandre O'Neill. Dito por Sinde Filipe ; música Laurent Filipe. 1.ª ed. Lisboa : Dinalivro, 2010.
7-104-6-95
Lisboa, "cidade triste e alegre". [com poemas inéditos de Alexandre O’Neill ... [et al.] ; [e um texto de Rodrigues Miguéis]. Nova ed. fac-símile. Lisboa : A Bela e o Monstro Edições : Jornal Público Comunicação Social, 2018.
4-(1)-22-10-25
"Diz-lhe que estás ocupado" : conversas com Alexandre O'Neill. Ed., org. e int. de Joana Meirim ; [entrevistadores João Batista Rosa ... et al.]. 1.ª ed. Lisboa : Edições Tinta-da-China, 2021.
4-(1)-30-13-35
Lisbon Poetry Orchestra : Os Surrealistas. [Poemas Alexandre O'Neill ... et al.] ; [fotografias Vitorino Coragem] ; [pinturas João Alves]. Lisboa : Cidade Nua, D.L. 2022.
7-49-25-56
Colaboração em publicações periódicas
Um adeus português. “Unicórnio”, Lisboa. Maio 1951, p.45-46.
RC-98-23
Alexandre O’neill: “Sempre ‘sofri’ Portugal”. [Entrevista de Fernando Assis Pacheco]. “JL-jornal de letras, artes e ideias”, Lisboa. 2 (36) 6 Jul. 1982, p. 10-11.
B-39-1/17
Conversando à vontade: “o degelo principia diante do gravador”. “Almanaque”, Lisboa. Maio 1960, p. [140]-147.
10-27 B-7-2
Perfilados de medo. “Cadernos do Meio-dia. Antologia de poesia, crítica e ensaio”, Faro. (4) fev. 1959, p. 76.
10-13-2-3
A bilha. Acordeão. “Mundo literário”, Lisboa. (31) 7 dez. 1946, p. 9.
10-1-19-3