PORTUGAL NO SEU MELHOR
Fernando Pessoa 1888 | 1935 - Exposição Bibliográfica
No âmbito da iniciativa promovida pela BGUC e pela sua Liga de Amigos, a LIBUC - “Portugal no seu melhor”, em que a comunidade UC escolheu as figuras portuguesas mais relevantes no panorama da ciência, da cultura e das artes, inicia-se o ciclo de tertúlias ligadas à iniciativa, com a figura de Fernando Pessoa.
Fernando António Nogueira Pessoa, nasceu a 13 de junho de 1888, em Lisboa, tendo ficado órfão de pai aos 5 anos. Em 1896 mudou-se para a África do Sul acompanhando a família aquando da colocação do padrasto em Durban, onde foi colocado como cônsul de Portugal. Aí recebeu uma educação tipicamente britânica ao longo de nove anos, tendo estudado no St. Joseph Convent School, um colégio de freiras, na Durban High School e na Commercial School. Aí ganhou o prémio Rainha Vitória de estilo inglês na Universidade do Cabo da Boa Esperança, em 1903, no exame de admissão, quando contava 15 anos. Em 1905, regressou a Portugal para frequentar o Curso Superior de Letras, que viria a abandonar em 1907.
Nos anos subsequentes, desenvolveu diversas atividades, como editor, crítico literário, jornalista, publicitário e tradutor. Criou em 1909 uma pequena tipografia, «Empreza Ibis - Typographica e Editora», que faliu pouco tempo depois.
Conjuntamente com outros intelectuais, onde se destacam os nomes de Mário de Sá Carneiro e José de Almada Negreiros, fundou, em 1915, a revista Orfeu, da qual apenas seriam publicados dois números. Nesta revista foram publicados os poemas "Ode Triunfal" e "Opiário", escritos por "Álvaro de Campos”, que causaram na altura reações violentas. Cerca de dez anos depois, dirigiu com o pintor Ruy Vaz, a revista Athena, da qual apenas se publicaram, entre outubro de 1924 e fevereiro de 1925, cinco números.
Pessoa mostrou muito pouco do seu trabalho em vida, publicando apenas quatro obras: 35 Sonnets e Antinous, ambas em 1918, English Poems, em 1921 e Mensagem, em 1934, obra que foi premiada, pelo Secretariado de Propaganda Nacional.
Referiu-se, do seguinte modo, aos vários heterónimos que adotou (Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis), em carta dirigida a Adolfo Casais Monteiro, datada de 13 de Janeiro de 1935: “pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramática, pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental, vestida da música que lhe é própria, pus em Álvaro de Campos toda a emoção que não dou nem a mim nem à vida”.
Tendo sido internado no dia 28 de novembro de 1935, no Hospital de S. Luís dos Franceses, onde lhe foi diagnosticada uma cólica hepática, Fernando Pessoa veio a falecer no dia 30.
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