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Media e Masculinidades no Contexto da Crise Climática

7 abril, 2021
crise climatica
crise climatica

No dia 7 de abril de 2021, pelas 14h30, decorre a Mesa Redonda “Media e Masculinidades no Contexto da Crise Climática”.


Programa


14h30 - 14h45 - apresentação do DeCode/M  (Sofia José Santos) e da área temática de Ambiente e Alterações Climáticas (Carlota Houart)

14h45 - 15h45: comentários de 10 minutos por cada um/a das/os intervenientes: Carlota Houart; Paula Duarte Lopes; Mariana Riquito; André Saramago; Pedro Santos.

15h45 – 16h30: debate com a audiência


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Esta atividade realiza-se através da plataforma Zoom, sem inscrição obrigatória. No entanto, está limitada ao número de vagas disponíveis.

https://us02web.zoom.us/j/86432631075?pwd=dlBVOXpDckxtODVjOWhkN1Nocmludz09

ID da reunião: 864 3263 1075 | Senha de acesso: 387794

Apresentação
Este evento consiste na 2.ª mesa redonda realizada no âmbito do Ciclo Roda de Conversas "Descodificar Masculinidades" do projeto DeCode/M e pretende abordar as ligações entre o constante agravamento da crise climática; o papel preponderante de determinados indivíduos/elites, que personificam traços particulares de masculinidades hegemónicas, neste agravamento; e a forma como os media têm identificado e representado (ou não) estas ligações.
Nos últimos anos, um corpo crescente de pesquisa tem procurado compreender as relações entre tipos particulares de masculinidade e a forma como estes têm influenciado as representações e perceções da crise climática, bem como da subsequente ação política. Diferentes termos, como “masculinidade industrial” (Anshelm e Hultman, 2014) ou “petro-masculinidade” (Daggett, 2018), têm entrado neste debate numa tentativa de sintetizar os elos políticos, económicos e identitários entre uma elite principalmente masculina, conservadora e branca, com forte presença nas áreas política, financeira e industrial, que lidera os setores mais responsáveis pela crise climática e que tende a apoiar o negacionismo climático; e a crise climática, que, embora já presente em todo o mundo e com impactos cada vez mais severos e visíveis, não tem tido uma resposta concertada nem eficaz por parte das elites políticas e económicas. Por seu lado, as representações mediáticas de questões, acontecimentos e atores/as ambientais têm sido tendencialmente genderizadas, ativando e/ou recuperando imaginários de feminilidades e masculinidades no tratamento de questões ecológicas, e impactando a forma como os homens e mulheres no contexto (inter)nacional interpretam e agem sobre questões ambientais. Alguns media têm, do mesmo modo, começado já a falar sobre as ligações entre tipos particulares de masculinidade e a rejeição da ciência climática (ou do combate à crise climática); os ataques a ativistas climáticas proeminentes (como Greta Thunberg) serem principalmente protagonizados por homens, conservadores e brancos; ou o facto de os homens, estatisticamente, terem menos comportamentos ecológicos do que as mulheres – temas explorados em vários artigos publicados nos media online entre 2017 e 2020.
Esta roda de conversa irá então suscitar um debate em torno destas questões, procurando responder a perguntas como: a) Porque é que, estatisticamente, as pessoas que se identificam como negacionistas climáticas ou que rejeitam políticas e/ou comportamentos ecológicos tendem mais a ser homens, com tendências politicamente conservadoras, e brancos? b) Porque é que os ataques públicos a ativistas climáticas como Greta Thunberg, que é jovem e mulher, têm sido protagonizados acima de tudo por este mesmo grupo de indivíduos, e de que forma é que isto está relacionado com o facto de as agendas pela justiça climática representarem uma ameaça à própria identidade destes indivíduos? c) Porque é fundamental explorar o desenvolvimento de identidades masculinas contra-hegemónicas, que fomentem um maior respeito pelo ambiente, um estilo de vida mais ecológico, e que apoiem a justiça climática e de género? d) De que forma é que os media têm representado (ou não) a crise climática e os problemas ambientais na sua ligação com as questões de género? e) Como é que os media têm transmitido ou contestado a ideia de que a crise climática é um domínio principalmente científico, tecnológico e político, e que consequentemente diz mais respeito a líderes e peritos masculinos? f) Como é que os media podem contribuir para uma diversificação dos discursos e atores/as climáticos e ambientais, e que importância teria – nesse sentido – dar mais centralidade à questão de género no debate climático e ambiental?


Mais informações: https://ces.uc.pt/pt/agenda-noticias/agenda-de-eventos/2021/media-e-masculinidades-no-contexto-da-crise-climatica