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GeoSaude 2014

Eixos Estratégicos | Temas

1. Abordagens Teóricas e Epistemológicas em Geografia da Saúde

A abordagem espacial da saúde, nas suas múltiplas relações com o meio físico, biológico, social, comportamental e cultural, desde o período miasmático até às designadas pesquisas contemporâneas, foi acompanhada por um intenso debate teórico-metodológico que muito contribuiu para uma apropriada reflexão sobre conceitos, estruturas e políticas que (in)formam o espaço e a saúde. No presente, enfrentamos “novos” desafios e necessidades à escala global ou regional, que passam pela (re)significação de conceitos, (des)construção de relações multidisciplinares pertinentes à investigação dos quadros territoriais de saúde e de doença, escorados em referentes epistemológicos e metodológicos dinâmicos cujo debate se impõe.

2. Alterações Demográficas e Saúde Individual e Coletiva

As importantes transformações que se operaram nas últimas décadas em termos demográficos desencadearam relevantes efeitos na saúde individual e coletiva. A entrada massiva da mulher em esferas públicas tradicionalmente masculinas, a dificuldade na renovação das gerações, o envelhecimento da população e o crescimento das situações de isolamento social, o surgimento de modelos de organização familiar alternativos e informais ou as novas formas de mobilidade da população constituem exemplos de fenómenos de natureza demográfica, com evidentes e significativas consequências na saúde e na doença que importa conhecer.

3. Equidade e Desigualdades em Saúde

O agravamento das desigualdades e iniquidades em saúde, não exclusivamente em termos de resultados em saúde mas, igualmente, em termos de acesso à oferta dos serviços de saúde, é um tema atual que merece reflexão. Neste sentido, torna-se fundamental identificar riscos/oportunidades, apoiar a explicação dos fenómenos e avançar com orientações/medidas/ações que eliminem ou reduzam as iniquidades em saúde, quer sejam geográficas, de género, socioeconómicas, ou outras.

4. Variabilidade Climática e Vulnerabilidades em Cenários de Risco

As secas, as inundações, as ondas de calor, as vagas de frio, as tempestades tropicais, os sismos ou os vulcões são cenários de risco com implicações diretas e indiretas no agravamento da doença de magnitude proporcional à resiliência social e económica dos grupos afetados. Isto acontece e merece ser diagnosticado a diversas escalas espaciais - locais, regionais e zonais -, para procurar identificar os principais fatores desencadeantes do agravamento do estado de saúde e antecipar os efeitos sobre a saúde quer das alterações climáticas quer dos desastres naturais.

5. Urbanismo e Saúde

A relação entre urbanismo e saúde é intensa e cada vez mais central nos processos de planeamento estratégico das cidades. A crescente valorização do paradigma da prevenção  da saúde e a necessidade permanente de promover a qualidade de vida, suscitam respostas robustas e de grande transversalidade, mormente nos domínios das novas formas de mobilidade sustentável, da segurança e prevenção rodoviárias, dos usos inovadores, sociabilizadores e inclusivos do espaço público, da construção da cidade de proximidade, da adaptação às alterações e desafios demográficos, da equidade de acesso aos equipamentos e serviços promotores da vida saudável e produtiva.

6. Avaliação de Impactos na Saúde

A Avaliação de Impactes do ambiente físico e social na Saúde é um instrumento de política de ambiente, que tem como objetivo assegurar a prévia consideração das questões ambientais no processo de decisão. Tem incluído a análise de fatores ligados à saúde, embora desligada das políticas de saúde pública. De facto, as questões da saúde na avaliação de impactos evoluíram da situação em que eram vistas como uma questão pontual importante para se constituírem, atualmente, como uma questão transversal, fortemente relevante nas decisões de desenvolvimento, objeto de requisitos legais e vetor de qualidade do desenho de políticas públicas que merece aprofundamento.

7. A Informação Geográfica e os Sistemas de Apoio à Decisão

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) trouxeram à Geografia não apenas a capacidade de robustecer e agilizar metodologias de análise espacial mas também novos horizontes enquanto disciplina. É neste contexto, de evolução paralela e entrelaçada da Geografia e da sua ferramenta disciplinar, que a Geografia da Saúde se tem vindo a consolidar e evoluir, intervindo em âmbitos como a Epidemiologia Espacial, na compreensão da influência dos fatores ambientais na Etiologia de certas doenças e também no apoio à decisão em Saúde Pública e, ainda, intervindo na preparação de modelos de localização otimizada de infraestruturas.