Palestra "Construindo Pontes"
Publication date: 31-10-2017 16:25
Na próxima 3ª feira, 7 de Novembro, às 18h, vai ter lugar no RÓMULO Centro Ciência Viva UC a palestra "Construindo Pontes" com Raquel Gonçalves-Maia, seguida da apresentação dos três primeiros volumes da colecção "Dos Átomos e das Moléculas", por Teresa Pinho e Sérgio Rodrigues. 
Breve Biografia de Raquel Gonçalves-Maia
É doutorada em Química pela Universidade de Lisboa, com Pós-doutoramento na Universidade de Exeter (Reino Unido). É professora catedrática aposentada do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. 
Desenvolveu atividade de investigação na área da Química-Física, tendo sido coordenadora científica do GERQ - Grupo de Estrutura e Reactividade Química. Dirigiu o Boletim da Sociedade Portuguesa de Química e foi representante nacional na Commission on Chemical Kinetics da IUPAC. Foi membro de várias Comissões de Avaliação e de Direção/Organização universitárias. 
Para além da Química, a Epistemologia, a História das Ciências e a Divulgação Científica têm suscitado o seu interesse. Publicou centenas de artigos, vários livros e capítulos de livros, nas áreas mencionadas, e também alguns contos e romances.
Resumo da palestra
Não sei quando tudo começou, mas sei que desejei um percurso com Química e para além da Química, uma “criação de pontes”, uma interligação entre áreas com obstáculos tantas vezes artificiais. Pontes entre a Química e a Física, a Engenharia, a Matemática e as Ciências da Computação, evoluindo em seguida para ligações com a Biologia e a Bioquímica e, através destas, para as disciplinas intrínsecas às Ciências da Saúde são parte integrante de um “raciocínio vertical”. Excelente! E por que não explorar os territórios entre a Química e a Filosofia, e a História, e a Literatura, e a Arte...? Muitos eus habitam a mesma linha. Eu conto-lhes. E reconheço, sinónimo de gratidão, as influências marcantes que me concederam uma cultura abrangente: César Viana pela Química, Desmond Bernal pela Sociologia da Ciência, James Jeans pela Epistemologia, José Lima de Freitas pela Arte Transdisciplinar, António Alçada Baptista pela Literatura, Rómulo de Carvalho e António Gedeão pela genialidade bipartida entre a Ciência e a Poesia, Agostinho da Silva pela Sabedoria...
Coleção “Dos Átomos e das Moléculas” 
Nº1 – Gilbert Lewis – O Átomo e a Molécula
Nº 2 – Linus Pauling – A Natureza da Ligação Química 
Nº 3 – Desmond Bernal - Ciência na História
Sinopse
Nº1 – Gilbert Lewis – O Átomo e a Molécula
Gilbert Newton Lewis foi um dos mais brilhantes cientistas da primeira metade do século XX. Passado um século, o seu nome continuar a surgir explicitamente mencionado nas temáticas “notação de Lewis” e “ácidos e bases de Lewis”, matérias curriculares a nível do ensino secundário e universitário.
Lewis publicou muitos artigos ao longo da sua carreira. Um, porém, destaca-se pelo 
impacte produzido na comunidade científica. Trata-se de The Atom and the Molecule, 
publicado no Journal of the American Chemical Society, vol. 38(4), páginas 762 a 785, em 1916. 
Escreveu livros, que vieram a influenciar profundamente o estudo da química e da 
física: Thermodynamics and the Free Energy of Chemical Substances, em colaboração 
com Merle Randall, e Valence and the Structure of Atoms and Molecules, ambos 
publicados em 1923. Em 1926, publicou um terceiro livro, o imprevisível The Anatomy 
of Science. 
Gilbert Lewis foi nomeado 35 vezes para o Prémio Nobel da Química, o cientista que 
mais vezes foi nomeado; nunca, porém, tal lhe foi outorgado. 
Focaremos o cientista. E mais o homem: família, valores... os charutos e o póquer. 
Sábado, 23 de março de 1946. Nesse dia, Lewis foi encontrado sem vida, no chão do 
seu laboratório na Universidade de Berkeley, envolto numa nuvem de cianeto de 
hidrogénio. A especulação foi inevitável e a conclusão nebulosa até aos dias de hoje.
Sinopse
Nº 2 – Linus Pauling – A Natureza da Ligação Química   
A contribuição de Linus Carl Pauling para o avanço da ciência foi notável, na química em particular. O seu livro “The Nature of the Chemical Bond”, cuja primeira edição data de 1939, foi o livro de ciência mais citado no século XX e o livro de química mais influente de todos os tempos. Aproveitando o essencial da nova teoria quântica da física, explicou a ligação química. Assim, estendeu e deu suporte ao trabalho sobre a teoria da valência, de índole empírica, empreendido por Lewis. 
Investigou a estrutura complexa de minerais e propôs regras para a sua decifração. Desvendou a estrutura de péptidos e proteínas e esteve perto de desvendar a do DNA. Identificou a origem molecular de doenças hereditárias. Trabalhou em química, bioquímica e biologia; em física nuclear, imunologia e nutricionismo. Com um conhecimento científico enciclopédico e uma intuição profícua, legou-nos meio milhar de artigos científicos e vários livros. Auferiu dois prémios Nobel não partilhados, um pela Química e outro pela Paz. Ava Helen foi o seu suporte. Cidadão de convicções fortes, as suas atividades políticas de oposição aos testes nucleares e a sua fixação nas virtudes da vitamina C fizeram dele uma figura pública controversa. Mas, acima de tudo, Linus Pauling foi um cientista admirável. 
Sinopse
Nª 3 – Desmond Bernal - Ciência na História 
John Desmond Bernal, o “Sage”, foi um gigante intelectual. Na sua vida científica 
começou por decifrar a estrutura da grafite e da água, sólida e líquida, a fim de 
compreender as suas peculiares propriedades. Seguiu-se a primeira resolução 
tridimensional de uma proteína, de esteróis, de hormonas sexuais, da vitamina D; mais tarde, a estrutura do TMV, o vírus do mosaico do tabaco, composto não só de proteína, mas também de ácido nucléico, RNA. A Bernal se deve a concepção da moderna biologia estrutural. Fundou e dirigiu o Biomolecular Research Laboratory no Birkbeck College da Universidade de Londres. 
Mas Bernal não era só deste mundo. Interrogou-se sobre a função social da ciência, o 
seu papel na História, a sua universalidade. O seu “Science in History” foi, 
verdadeiramente, o primeiro tratado sociológico da ciência. Viveu em obsessão. 
Defendeu o “amor livre”, apoiou o socialismo, pugnou pela Paz. Em tempo de guerra, 
desenvolveu junto dos Aliados um trabalho crucial. O êxito do Dia D tem uma enorme 
dívida para com Bernal. 
Desmond Bernal foi o cientista mais original e erudito do seu tempo e um dos maiores 
influenciadores do progresso na Ciência do século XX.
ENTRADA LIVRE 
Público-alvo: Público em geral
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Contactos: Maria Manuela Serra e Silva – ccvromulocarvalho@gmail.com / 239 410 699
 
           
           
           
         
        